sábado, 17 de abril de 2010

CONCEPÇÃO SOBRE A SAÚDE E A DOENÇA

Desde os primórdios da humanidade o contexto de saúde e doença já fazia parte do cotidiano das pessoas.
Inicialmente, os seres humanos viviam em tribos nômades, e se deslocavam a vários lugares em busca de alimentos ou para fugir de algum fenômeno que ameaçava sua sobrevivência (como o clima). Esses deslocamentos fizeram com que essas tribos adquirissem novos hábitos alimentares, bem como instrumentos de defesa contra animais ferozes.
Nessas circunstâncias, o que acontecia com os homens primitivos era explicado sob o ponto de vista místico. Por exemplo, a chegada do inverno trazia a falta de determinados alimentos, a este fato era atribuída aos deuses que sopravam o vento frio porque estavam irados com determinados comportamentos ou atitudes dos homens. Caso se alguém morresse de frio, por falta de alimentos ou doença, essa era a vontade destes deuses que se cumpria.
No decorrer dos séculos ou milênios, as tribos ou agrupamentos foram se espalhando por diversas regiões do mundo, e foram criando as diversas tradições. O ser humano se diversificou de tal modo que criou distintas culturas para lidar com a questão de saúde/doença.
As civilizações mais antigas surgiram em torno dos grandes rios, como, por exemplo, no Egito, na Mesopotâmia, na índia e China. Em torno destes rios a terra era fértil, assim, observando o ciclo de diversas plantas, o homem começou a cultivar a terra.
A medida que cultivavam a terra, deixavam de ser nômades, continuando com a pecuária, pesca, criando metalurgia e o posteriormente o comércio. Com isso houve o aumento do volume de trabalho, e foi preciso escravizar povos vizinhos e/ou inimigos.
As grandes civilizações, como Hebreus, Caldeus e Assírios, viam a doença como causa externa, sem que o organismo tivesse participação com o processo. Nesses povos desenvolveu-se instituições de assistência aos enfermos conhecidas como hospital. Este modelo foi copiado pelas civilizações européias e chegou até os nossos dias.
Nos hospitais primitivos dessas culturas chegaram a realizar cauterização das picadas de cobras e insetos venenosos. As operações cirúrgicas que os Hebreus realizavam são mencionadas no Velho Testamento, que são a circuncisão e a castração. A primeira era ato obrigatório a todo homem nascido judeu, enquanto que a segunda era tida como uma condenação.
Com o advento do Cristianismo há um redirecionamento das formas de pensar as causas das doenças. Seja considerando o pecado como responsável pelos males físicos, ou a introdução de um mau espírito que domina o corpo e a alma.
Apesar das concepções do cristianismo, os povos do Oriente Médio, em geral, já desenvolviam todo um arsenal de observações e práticas empiristas. Para eles a doença era vista em conseqüência de um desequilíbrio entre os elementos, chamados de humores, que compõem o organismo humano. A causa do desequilíbrio era posta no ambiente físico, como influência dos astros, do clima, insetos... Nesta concepção o organismo participa de modo ativo no processo saúde/doença.

Fonte: GUTIERREZ, P.R; OBERDIEK, H. I. Concepções sobre a saúde e a doença. In: ANDRADE, S.M.; SOARES, D.A; CORDONI JUNIOR, L. Bases da Saúde Coletiva. Londrina: Eduel,2001. P. 05-08.

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